Criado por Júnior Chávare, como forma de desenvolvimento dos atletas das categorias de base, a Ferroviária SAF possui em sua estrutura de iniciação o Projeto Lapidar. Mesmo com a partida precoce do dirigente no mês de fevereiro, o legado e os ideais do projeto irão se manter. Gerente das categorias de base da Locomotiva, e grande amigo de Chávare, Odair Battistela fala sobre a manutenção do Lapidar na base afeana.
“Primeiramente foi realmente um legado que ele nos deixou. Foi uma criação dele esse nome Lapidar, e com todo o respeito a ele e aos familiares, tínhamos que prestar essa homenagem, devido a todo o serviço que ele fez para as categorias de base do nosso país. Fui um dos grandes defensores desse projeto por onde nós passamos e trouxemos isso para a Ferroviária. Esse projeto incentiva os garotos a realizar as ações que a parte tática às vezes não permite. Então é um grande privilégio colocarmos isso, continuando esse lapidário em prática, para que possamos sempre lembrar do Junior Chávare, que foi um mestre para a minha vida e um grande incentivador do futebol arte e com qualidade”, ressalta o dirigente.
O projeto
A busca formatada no programa une a criação de uma identidade e cultura do clube, encaminhada a longo prazo, com o crescimento do repertório técnico desenvolvido pelo atleta. Para isso, um trabalho com conceitos por parte das comissões técnicas das categorias de base, que possuem essa responsabilidade junto aos jovens da Ferroviária.
Com uma mentalidade moderna de trabalho, o foco também se encontra no resgate de características que fazem do atleta brasileiro ser diferente dentro de campo. Fundamentos como drible e a finta, naturais do atleta nascido no Brasil, se misturam com trabalhos de passes, condução, finalizações, controle e domínio de bola, técnicas sem bola, de desarmes, proteção de bola e técnicas específicas por posições. Ao todo, são 270 fundamentos/exercícios técnicos elaborados para execução em todas as categorias, do Sub-11 ao Sub-20, sendo levados aos atletas de iniciação por três vezes na semana, com duração de 30 minutos, e para os jovens de alto rendimento, por duas vezes na semana, também por meia hora.
“Nos últimos anos o futebol perdeu esse processo de dar uma caneta, fazer um elástico, uma bicicleta. Hoje o mais próximo é o Rony (do Palmeiras) e queremos incentivar sim esses garotos a criarem e o Brasil voltar a ser um país realmente reconhecido pelo nível técnico, pelo improviso. Esse trabalho é uma marca que queremos deixar aqui dentro da Ferroviária e que ele Chávare deixou. Eu quero dar essa continuidade porque eu acho que faz bem ao futebol brasileiro, faz bem ao resgate que ele deixou aqui e acredito que a Ferroviária tem tudo a ganhar com esse projeto”, completa Odair.