Ela é autora de um dos gols mais importantes da história da Ferroviária, um dos pilares do time desde a primeira passagem em 2015 e o retorno em 2017, além de ter atuado mais de cem vezes com a camisa das Guerreiras Grenás. A lateral-esquerda Barrinha, autora do terceiro gol na final da Libertadores de 2015, ano da conquista afeana, em cima do Colo Colo-CHI, relembrou alguns momentos daquela conquista, que até hoje vive na mente e no coração dos torcedores da Ferroviária.
O ano de 2015 não foi fácil para as Guerreiras Grenás. A equipe foi obrigada a passar por uma reformulação no elenco, já que perdeu sete de suas atletas para a Seleção Brasileira permanente. Em um ano de reformulação e com um elenco jovem, com atletas oriundas das categorias de base, a Ferroviária foi vice-campeã na Copa do Brasil na primeira parte da temporada. Porém, no segundo semestre, foi eliminada na primeira fase do Brasileiro e caiu precocemente no Paulista.

Com tudo isso acontecendo, a Ferroviária embarcou para a Colômbia com desconfiança da torcida. “Até começamos bem, mas depois saímos muito cedo das competições e abalou um pouco a gente. Quando chegou a Libertadores, pelo nosso ano, muitos não acreditavam que poderíamos sair com o título de lá e conseguimos provar que éramos capazes e que estávamos preparadas para conquistar a competição”, afirmou Barrinha
A lateral relembra que jogou mais avançada naquele ano, sob o comando do técnico Leonardo Mendes, o que lhe deu mais liberdade para chegar ao campo de ataque e marcar gols. “Eu comecei a ter um pouco mais de liberdade para apoiar o momento ofensivo do time e, ao mesmo tempo, conseguia ajudar na marcação. Isso me ajudou muito, porque eu gosto de ser muito ofensiva. Nos outros campeonatos, parecia que nada dava certo e chegou na Libertadores mudou tudo. Parece que era para ser nossa mesmo”, lembrou.
Na semifinal daquela edição, a Ferroviária encontrou um adversário que enfrentou nas finais do Campeonato Paulista de 2013 e Copa do Brasil 2014: o São José. A rivalidade com o time do Vale do Paraíba era muito forte. “Costumamos dizer que este jogo foi a final antecipada. O São José era o time a ser batido e a gente acabou trombando com elas na semifinal. Sabíamos que seria um jogo muito difícil e a Nenê foi muito feliz, fazendo o gol no começo e depois disso foi só sufoco. Conseguimos anular bem as jogadas delas e para nós, a final foi ali. Ganhamos muita confiança após vencer o São José”, falou a lateral. O São José, era o atual campeão da Libertadores e também do mundo.
Eram jogados 43 minutos da primeira etapa e a Ferroviária vencia a final da Libertadores contra o Colo Colo-CHI por 2 a 0, no Estádio Atanásio Girardot, na Colômbia. Até que Rafa Mineira recebeu a bola no meio campo e deu um belo lançamento em profundidade para Barrinha que, com muita inteligência, evitou o impedimento, avançou com a bola, driblou a goleira e balançou a rede das adversárias pela terceira vez naquela final. Este é o gol que a lateral nunca esquece. “A gente sempre espera fazer um gol, né? Mas em uma final e de Libertadores ainda? Não tem nem como descrever e a felicidade, de poder fazer aquele gol e ajudar a nossa equipe a levantar o caneco. Fiquei muito honrada mesmo e feliz.”

As Guerreiras Grenás vão disputar a sua quarta Libertadores da América na história. Em 2021, a competição acontecerá na Argentina, do dia 5 a 21 de março e vão em busca do bicampeonato.
Texto: Jonatan Dutra/Ferroviária SA
Fotos: Tetê Viviani